Evite as ciladas do marketing SaaS em startups
Num ambiente SaaS, é necessário cuidar da relação entre marketing e vendas. De nada adianta ter um time que não visualize os “ponteiros mexendo” – ou seja, cada ação deve ser potencializada para gerar resultado imediato em MRR.
Essa forte relação marketing e vendas gera um desconforto
clássico: buscar culpados quando alguns resultados não traduzem o esperado. O
ciclo é mais ou menos este: se o comercial não vende, a culpa é do marketing que não aquece
corretamente os leads ou gera leads desqualificados. Já se o “ponteiro
não sobe” e as vendas não acontecem, pode ser o marketing que condena o time de vendas
por sua baixa habilidade de follow up ou técnica de abertura de conta ou
fechamento.
Por isso, trago algumas
dicas para minimizar esses problemas.
Dica número 1: faça
alianças. O papel de um líder é mostrar que estamos todos no mesmo barco e, se
o “ponteiro mexe” para cima (ou seja, o MRR sobe), todos ganham.
Dica número 2: elimine
grupos tóxicos que sabotam o mindset de crescimento do time.
Dica número 3: calcule
bem os bônus e as comissões para que seu time sinta alegria pelo retorno
variável e tenha um olhar estratégico para bater metas. Um marketing de startup que não olha para
números está fadado ao fracasso.
Além das dicas, elenco
alguns erros que sua empresa pode estar cometendo e você sequer percebe.
Não entender que o marketing trabalha com o comercial
Esteja próximo das
emoções e percepções dos times e saiba que o time aliado (comercial) pode
impactar toda a startup.
“Quando mais de 80% da
equipe de vendas sente que está indo bem, é aí que a mágica acontece em uma
equipe de vendas. Ele se alimenta de si mesmo. Se 50%+ estão falhando,
isso se torna tóxico.”
Contratar pessoas em
funções incorretas
Mais um risco clássico
do marketing de
startups SaaS, ou melhor, da sua
Máquina de Vendas: criar um fluxo de time baratinho. Mas, o que isso significa?
Trago um exemplo: um analista de marketing júnior
que fará todo processo de design, otimização, campanha, captura, redação, branding,
entre outras atividades, somado a um SDR que, além de atender aos MQLs,
ainda precisa entender como fazer bons fechamentos.
Entenda que a falta de
qualificação da mão de obra que você contrata (ou seja, a falta de domínio
tanto em marketing como em
comercial) terá um preço muito alto a ser pago por sua startup. Então, faça
menos e foque 100% na qualidade do seu canal de aquisição, nos testes
A/B, nas otimizações e, claro, trabalhe de forma alinhada e com um
time comercial adequado.
Num conceito de Máquina
de Vendas, cada um tem um papel muito claro. Pense que, assim como em uma
máquina real, cada peça tem a sua função e, se colocada no local errado, não
fará o sistema fazer entregas qualificadas. Ou seja, os leads podem até
ser atraídos, mas não resultarão em vendas efetivas.
Achar que o resultado é
imediato
Existe um caminho que
não é tão plug and play como se imagina. As pessoas precisam entender que cada
produto exige uma construção de autoridade e marca que pode levar um tempo.
Há pessoas que não
compreendem a importância do trabalho de reforço de marca, que permeia
diferentes ações. Associar a sua marca a outra mais conhecida, desenvolver
estratégias com influenciadores, criar canais para vendas ou, até mesmo, o
clássico efeito de construção de marca pela mídia orgânica – nesse último,
recomendo assessoria de imprensa. Todas elas são importantes e devem ser
consideradas.
Enfim, não será tão
simples entrar em clientes maiores ou em vendas mais complexas nas primeiras
negociações. Após alguns eventos, ações, contatos e referências, tudo vai
parecer mais fácil, garanto. Por isso, busque um time corajoso e disposto a
construir um caminho totalmente novo e ousado. Faça um produto e gere valor,
sabendo que nem tudo é tão simples quanto você imagina. Caso contrário, acabará
desiludido.
“(…) provavelmente não
pode fechar em sua startup que ninguém nunca ouviu falar.”
Esses foram os três
erros clássicos de quem se arrisca no maravilhoso mundo de marketing das startups. Finalizando com
mais dicas: coloque a mão na massa! Que tal começar um teste A/B?
*Tatiana Rodrigues é CMO da Ahgora/Ahfin, pesquisadora da área de inovação e empatia, mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento, especialista em marketing e designer. Consultora e docente nas áreas de Inovação, Marketing e Endomarketing. Acredita que a empatia é a base da mudança – e-mail: ahfin@nbpress.com
Sobre a Ahfin
Fundada em 2020, a Ahfin é uma fintech RH, incubada pela Ahgora Sistemas, com foco em saúde financeira. A empresa é um fruto de anos de observação de operações que não deram os lucros esperados e de como as preocupações financeiras individuais podem afetar o trabalho de toda uma equipe. Por isso, o conceito é de que, por meio do RH das empresas, o colaborador possa solicitar créditos financeiros de forma simples e livre de burocracias, ao mesmo tempo que a empresa zela pelo fim de suas preocupações – consequentemente fazendo com ele possa ter suas atenções novamente voltadas para o trabalho. Vale salientar que os benefícios oferecidos pela Ahfin não apresentam nenhum custo para a empresa – ahfin@nbpress.com
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