Match profissional: estratégia faz colaborador preferir fazer parte de startups a grandes empresas
Especialista indica que movimento acontece por
conta da mudança de perfil no mercado de trabalho
Para a 7Stars Ventures, holding de investimentos
em startups em estágio inicial, o match entre empresa e colaborador é
fundamental tanto para a produtividade do negócio quanto para o desenvolvimento
de carreira do profissional. A estratégia que no mercado é conhecida como fit cultural trata-se do
alinhamento de propósito e valores de ambas as partes, que resulta em
benefícios, como aumento de engajamento, otimização do clima organizacional e
redução de turnover.
De acordo com Gabriel Zamboni, head de
Pessoas e Cultura da 7Stars, essa tendência acontece por conta da mudança de
perfil dos profissionais no mercado de trabalho. “Diferente do movimento que
víamos nas gerações X e em boa parte da Millennium, hoje os colaboradores não
se dedicam a uma companhia apenas pelo status que ela pode oferecer ao
currículo. Se um candidato estiver concorrendo a uma vaga em uma grande empresa
de tecnologia e a uma outra em uma startup, e ele identificar que o propósito
da startup está mais alinhado ao dele, ele irá preferir trabalhar na startup”,
avalia.
A holding, que tem o fit cultural como um dos
pilares do negócio desde o seu surgimento, destaca a importância de elementos
básicos como confiança - estar presente em um dia ruim; empreendedorismo -
garra e não larga; excelência - o melhor ou nada; e lucratividade - fazer muito
com pouco, para a sobrevida do empreendimento.
Na prática
Um exemplo de profissional que se
identificou com a estratégia de
fit cultural da 7Stars é o Pedro Henrique Gonçalves, que preferiu
deixar de lado a carreira em grandes empresas para embarcar na visão de uma das
investidas da holding. Atualmente, ele é head comercial da Quero 2 Pay, fintech de
meios de pagamentos por máquinas de cartão.
“Sempre tive o sonho de empreender. Ao
longo da minha trajetória profissional entendi a importância de trabalhar em
grandes empresas para fortalecer as experiências. Cheguei a atuar em locais
como Coca-Cola e Mercado Livre, até que aceitei o desafio da fintech por conta
da sinergia de pensamentos com os fundadores. Aqui, o perfil empreendedor e a
consistência são valorizados e essa mentalidade é totalmente aderente ao meu
estilo de vida”, diz Gonçalves.
Outra investida que adotou a estratégia
de fit cultural da
holding em seu processo de seleção de candidatos por enxergar um aumento de
desempenho do time devido a iniciativa é a Dryve. “Antes de entrar na fintech, eu
trabalhava como gerente de Recursos Humanos em uma empresa de bebidas, um
modelo de negócio e ramo de atuação completamente diferentes. Após dois anos e
oito meses na empresa, posso dizer que o sonho da marca agora é o meu”, revela
Karina Urabe, gestora de pessoas na fintech que atua com o financiamento
digital de automóveis.
A profissional ainda comenta que começou a fazer parte do quadro de funcionários logo no início da operação. Ou seja, a empresa não tinha uma política de RH estruturada. Neste caso, o que a incentivou aceitar a nova proposta foi uma conversa com os sócios-fundadores. “Enxerguei o potencial da organização em um bate papo com os sócios que compartilharam os seus valores. Acredito que o fit cultural é a base em que se constrói uma casa. Se esse match não estiver firme, a construção não irá resistir ao tempo. É comum profissionais declinarem o nosso processo seletivo ainda nas etapas iniciais, assim como têm aqueles que se identificam com as nossas crenças e desejam continuar. Ter esse alinhamento antes de efetivar uma contratação evita desgastes de companhia e profissional”, finaliza Urabe.
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