5 pontos para uma estratégia não linear e multicanal de sucesso
*Francesco Simeone
Com o avanço tecnológico, a jornada do
consumidor mudou, não somente pelo aumento dos pontos de contato, mas também os
de conversão. Se fala muito de jornada não linear e isso é já uma realidade
consolidada, o que influencia de forma decisiva nessa nova configuração é que o
conceito está intrinsecamente relacionado ao de mobilidade. Isso porque o
comportamento do cliente e a interação das marcas têm se transformado ao longo
do tempo. Com isso, podemos perceber que o comprador está cada vez mais aberto
às novidades digitais, ainda mais quando envolve a experiência de compra.
Precisamos entender que o consumidor
vive o seu dia em uma sequência frenética de etapas que não são mais somente os
lugares físicos e sim virtuais, e que às vezes elas se consolidam e substituem
etapas tradicionalmente offline. Com isso, o crescimento do hábito de compra
digital vai gerar inúmeros pontos de conversão que não podem e não devem mais
serem considerados níveis sequenciais do clássico funil de venda, e sim
compreendidos numa jornada feita de muitas variantes do clássico last click ou
ponto de venda.
Desta forma, eu entendo que o clássico
conceito de retargeting não é mais uma forma de buscar o consumidor para
levá-lo de volta nos binários de um funil linear, mas cada vez mais é o meio
necessário para conquistar o share of mind necessário para que a marca seja a
escolha preferencial do consumidor nesse
mare magnum de pontos de conversão dinâmicos, fluidos e em contínua
evolução. Uma estratégia de retargeting hoje só pode ser eficaz e eficiente se
for projetada, construída e operada em ótica multicanal.
Elenco os cinco pontos que considero
fundamentais para que suas estratégias de retargeting multicanal sejam um
sucesso:
- No mundo da
Data, tamanho não é documento. Uma Big
Data não serve se não for analisada e transformada em Smart Data. Precisa
usar dados que além da quantidade sejam processados e validados por meio
de um processo de análise seguro e preciso, especialmente falando de
dados de geolocalização. Ficar refém apenas da sua first party data
resulta em uma chance altíssima de usar dados falhos, considerando a
volatilidade do sinal GPS, é preciso uma verificação cruzada de múltiplas
fontes de dados. As aplicações da tecnologia blockchain vêm com tudo para
ajudar nesse escopo.
- Seu Data Lake tem que ser
principalmente Mobile Data Driven. O smartphone e os códigos identificadores, como os
advertising Ids, permitem interagir praticamente com todos os outros
dispositivos, seja online, offline ou híbridos. Para entender melhor o
conceito de device híbrido, pensem na CTV, a TV conectada, é um device
digital, porém “disfarçado” no meio de um momento totalmente offline da
nossa jornada. A boa notícia que existem empresas que usam ao máximo o
potencial da tecnologia mobile e podem acompanhar essa jornada e saber que
uma visita ao site e uma visualização numa Smart TV podem ser parte de uma
mesma estratégia de retargeting, é só escolher o parceiro tecnológico
certo e não ter medo de ousar.
- Fé no Mobile, que a conversão
vem. Ter o mobile no próprio plano de mídia não significa apenas enviar um
banner num aplicativo, uma push geolocalizada ou impactar com um vídeo
bacana no meio de uma página web. O mobile tem que ser parte do
planejamento, antes de qualquer coisa, tem que aproveitar da ubiquidade do
meio, a onipresença dele na jornada de todos nós para poder transformar a
Big Data em Smart Data e encontrar (me permitem a citação mitológica) o
fio de Ariadne que vai indicar a rota certeira para a conversão e para a
fidelização.
- A divisão entre offline e
online é obsoleta demais. Hoje uma marca que procura uma agência para
cuidar dela não quer que ela seja offline ou online, quer uma agência que
saiba trabalhar de forma integrada, igual na hora de contratar um recurso,
a busca é para profissionais que tenham experiências e conhecimentos
técnicos on e off. Então, se você é um veículo de mídia e acha que ser
online ou offline está ok, sinto-lhe dizer que está seguindo pelo caminho
errado. Hoje um veículo tem que ser phygital, híbrido e ter soluções on e
off, seja na coleta de dados ou na entrega, mas acima de tudo na
atribuição de resultados.
- Os cookies de terceiros vão
morrer, e agora? Agora nada. Têm empresas que nasceram cookieless e nunca
usaram sequer um cookie para segmentar com precisão. A morte dos cookies
vai dar uma chacoalhada boa nas adtech, ad servers, auditores, entre
outras, para sair da zona de conforto e parar de viver isolados no mundo
do browser. O cookieless é novo tanto quanto o metaverso, ou seja, já
existe faz tempo, só que poucos apostaram nele ou usaram. Busque parceiros
que têm experiência em ser cookieless, entrar numa nova era de aprendizado
vai ser o melhor Virgílio que possa encontrar, um guia que vai fazer você
sair da “selva obscura” para a “luz” do multicanal, por meio de expertise e do know how. Bom, sou
italiano, me perdoem fazer uma referência à Divina Comédia.
*Francesco Simeone, Chief Growth Officer Global e Managing Director Brasil do Grupo Logan.
Nenhum comentário